Crise no Ar: escassez de pilotos ameaça o futuro da aviação global

Desde a pandemia, o setor aéreo passou por uma transformação drástica. Milhares de pilotos se aposentaram, e agora, com a retomada acelerada das viagens, o mundo enfrenta uma crise silenciosa: a falta de profissionais nas cabines de comando.

Demanda nas Alturas: Estados Unidos abrirão 18 mil vagas por ano

Nos Estados Unidos, a situação já está mapeada. Segundo o manual de perspectivas ocupacionais do Departamento de Estatísticas do Trabalho americano, serão criadas mais de 18 mil vagas de piloto anualmente, ao longo da próxima década.

Efeitos para o consumidor: cancelamentos, atrasos e tarifas mais caras

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A falta de pilotos não impacta apenas as companhias aéreas — os passageiros também sentem as consequências. Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, aponta que atrasos causados por tripulações incompletas, cancelamentos de voos e o aumento no preço das passagens já estão sendo observados. Além disso, os profissionais que permanecem em atividade enfrentam uma sobrecarga crescente.

Formação longa e cara: barreiras para novos profissionais

A formação de um piloto não é apenas exigente, mas também extremamente cara. No Brasil, a licença de voo pode ultrapassar os R$ 400 mil e levar até dois anos e meio para ser concluída. Para chegar à cabine de uma companhia aérea comercial, são exigidos entre cinco e doze anos de experiência — um desafio que afasta muitos interessados.

Fuga de talentos: pilotos brasileiros decolam rumo ao exterior

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Outro problema agrava o cenário nacional: a migração de profissionais qualificados para companhias aéreas estrangeiras, especialmente na Ásia. Com melhores salários, incentivos e condições de trabalho, esses mercados têm atraído pilotos brasileiros, intensificando a crise interna.

Rumo ao caos? O alerta dos especialistas

“Se não houver atratividade e treinamento suficientes para essa profissão, quanto tempo até o caos se instalar?”, questiona Quintella. Para tentar contornar o problema, países já começaram a flexibilizar a idade máxima de atuação de pilotos. Antes fixada em 60 anos, hoje ela chega a 65 — e já há movimentações para ampliá-la para 67, desde que sejam respeitadas rigorosas avaliações físicas e mentais.

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